Faz

Se tens dúvidas: faz. Posso falar, justificar, persuadir, posso até inventar mas no fim da nossa conversa vai ficar: faz. Arrepende-te do que fazes, não do que deixaste de fazer. Ah, mas pode não adiantar; pode cair em saco roto; é um risco. Sim. Sim, é tudo verdade. Tudo o que dizes faz sentido e, sim, pode mesmo acontecer nada, isto é, pode acontecer continuares na casa de partida. Faz lembrar aquele jogo, o Monopólio, onde, por vezes, depois de muitas casas a andar no sentido correto, depois de até teres passado pela prisão, lá voltas à casa de partida, quase ao zero. A consciência é coisa da alma dos humanos. Os outros animais não andam tão preocupados como nós com a consciência mas, se assim é, diz-me lá como vai ficar a tua consciência depois de falares com ele? Limpa, limpinha, não é? Em tudo há sempre prós e contras. Pegas nuns e pões num dos pratos da balança. Pegas nos outros e zás: para o outro lado da mesma balança. Chegas para trás, olhas para os pratos e já está: decisão tomada: faz, vai, fala. Não deixas nada por fazer, não deixas nada por dizer.