05/07/2013

Espera

Esperar não é agradável e ponto final. Pode, vá lá, ser um tempo aproveitado para pensar, para ler, ou simplesmente para observar. Erik, à espera de ser atendido há já algum tempo, olha agora para a mesa de atendimento. Está numa habitual repartição de finanças. Na mesa, uma mulher grande atende um homem frágil, velho e inseguro (coisas da velhice). No exacto momento em que Erik olha, a mulher dirige-se ao velho em tons bruscos, duros, frios, distantes, talvez com desprezo. Erik fica incomodado e decide acompanhar a situação com mais atenção, ficando, inclusivamente, pronto para intervir. Erik vê agora que, atrás do ar duro, está uma mulher atenciosa, preocupada com o velho. Diz-lhe: o senhor vai-se acalmar e vai conseguir assinar o cartão do cidadão. Não duvide. Acalme-se; temos todo o tempo do mundo. Resultado: assinou mesmo. Quando termina, quando sente que teve sucesso, com lágrimas nos olhos, vira-se para a senhora grande e dura - talvez agora macia de comportamento - e dá-lhe um abraço. Erik pensa: assim sim, assim até vale a pena esperar pela minha vez!

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