14/08/2013

Jorge Sampaio

Vemos um homem a nadar. Estamos no Verão, as praias sempre cheias mas, porque ainda é mesmo muito cedo, apenas algumas pessoas estão na areia da praia onde um, e um só homem nada. As pessoas vêem o homem a nadar, mas pouco lhe ligam. Seguem, portanto, as suas vidinhas. Nem mesmo quando o homem, nadando muito, não sai do mesmo sítio, as pessoas se movem um centímetro - um milímetro, para ser mais correcto. O homem está aflito e um outro homem, jovem, forte, louro, apenas de t-shirt, descalço, jornal A Bola debaixo do braço, apenas este homem se sente motivado (será motivação?) a salvá-lo. Deita-se ao mar, nada até ao homem, agarra nele e leva-o até à beira mar. Estamos em Portugal e, assim, mal chega a terra um aglomerado de pessoas - muitas daquelas que nem se mexeram um milímetro - juntam-se ao corpo, agora a salvo. Ouve-se um espanto total. Uma das pessoas, ao ver que o homem é, nem mais nem menos, Jorge Sampaio, diz: - se eu soubesse que era ele tinha entrado na água para o salvar. Pois!

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