15/08/2013

Estrada da Vitória

Subimos a estrada da vitória, não sabendo, no entanto, o motivo para o nome desta rua empedrada com calçada portuguesa - talvez as velhas vitórias portuguesas, os descobrimentos. Subimos, sempre com o radar ligado. A rua está cheia de pessoas, todas muito parecidas. Olhamos agora com mais atenção para as pessoas e, talvez sem surpresa, verificamos que não estão como a rua, com ar de vitória. Nas vitórias há sorrisos, há abraços, há união, há energia. Mas estas pessoas têm um ar triste, olham na direcção da calçada (portuguesa e elegante), ao invés de olharem as outras pessoas, o mar que dali se avista, o cheiro a horizonte. São muitas as situações em que, tal como com as pessoas tristes da rua vitória, o que se lê e o que se sente é quase antagónico. Não basta escrever coisas engraçadas, não basta escrever que acreditamos para acreditarmos (nem basta dizer que acreditamos para que os outros acreditem), não basta dizer que fazemos para logo aparecer feito. Tem de haver, não haja dúvida, uma relação entre o escrito, o dito, o sentido e o realizado. E os políticos, aqueles que querem agora o meu voto aqui no concelho onde vivo, onde encaixam eles nisto?

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