24/10/2012

Paragem de táxi

À estação chegam vários comboios, quase todos cheios. À saída, vários táxis estacionados. Será que com esta crise alguém vai entrar? É esta a questão que o homem, que bebe a sua imperial e come os seus tremoços, faz ao dono do café. Este, que vem acompanhando toda a evolução da crise, bem como as suas consequências práticas, explica-lhe que, surpreendentemente, todos os táxis vão ter passageiros.

O homem da imperial interrompe, diz logo que não é possível, que com esta crise as pessoas não podem ter dinheiro para o táxi.

O do café tenta falar, explicar melhor o que quis dizer, mas o homem vai lançado, não se cala. Não há nada a fazer, é deixá-lo falar, na certeza que não vai ouvir o mais importante: todos os táxis vão ter passageiros, mas enquanto há uns tempos eram as pessoas que tinham de esperar, nos dias de hoje, quem espera e desespera são os táxis. É a crise, pois é!

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