04/10/2012

Caneta

Dois homens sentados à mesa. Não têm tema de conversa, por isso olham para o lado, para baixo, quase assobiam. O mais baixo na hierarquia - há sempre uma hierarquia - enche-se de coragem e mete conversa. Aproveita o facto do outro ter a caneta na mão para iniciar uma conversa, a qual não vamos aqui transcrever. Foi uma conversa banal, marcas de canetas, cores, etc. A conversa durou o suficiente para a directora chegar. Estão agora os três sentados, novamente em silêncio. O dono da caneta - percebemos agora, é o administrador - pede à directora para enquadrar o motivo da reunião, mas tal é quase desnecessário. É claro agora: a caneta de que falavam é aquela que vai assinar o despedimento.

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