03/10/2012

Ao teu lado

Estou sentado ao teu lado. Os teus olhos fechados, o soro ainda praticamente cheio, ainda deve faltar para acordares. Estou ansioso para te ouvir, mas não tenho alternativa, tenho de esperar para ouvir a tua voz. Não aguento, dou-te a mão e começamos um diálogo. Tu de olhos fechados e eu a agarrar-te a mão. Pergunto-te como estás. Ficas em silêncio, mas é como se me dissesses que estás apenas cansada. É sempre o que me dizes: estou bem. Contam-se pelo dedos da mão as vezes em que admitiste que não estavas bem. Será por isso que estás cansada. Podia ser, era perfeitamente aceitável, mas neste caso não é, é por estares nesta cama de hospital, novamente o hospital, ainda por cima com o soro a correr. Daqui a pouco acordas, sorris lentamente, dizes que estás bem. Aguardamos uma hora, recuperas e vamos, bem juntos, para casa. O monólogo que estava a ter contigo passa então a diálogo. Sorrio.

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