Perfil de líder

Parado no meio da estrada (um furo!), aproveito para, uma vez em pleno Alentejo, observar, simplesmente observar. Também cheirar, é verdade, até porque os cheiros são significativamente diferentes. Cheiramos, principalmente de olhos fechados, e logo sentimos uma calma a que, ratos de cidade, não estamos habituados. Abrimos os olhos, e sabemos que o ritmo a que aceitamos viver, as constantes agressões - psicológicas, essas é que moem - não nos irão levar a grande porto. Talvez com a carteira cheia, mas com pouco mais do que isso. Abro os olhos e o pneu continua em baixo. Sem macaco, nenhuma outra opção, além de esperar por ajuda prometida, me resta, pois. Aproveito e observo novamente a paisagem: um pastor, muitas ovelhas. Um rebanho. O pastor e o seu cão vão dando indicações, automaticamente cumpridas pelo rebanho. Uma ovelha tenta ir por outros caminhos e o cão lá vai, acelera, ladra e volta a colocá-la na marcha certa. Volto a fechar os olhos e vejo o escritório. Estou a ver o rebanho, estou a ver as ovelhas, a identificá-las, uma a uma, e estou agora, feito estúpido, a perceber que há chefes - que não líderes - que tratam as suas equipas como meros rebanhos. (com todo o respeito pelas ovelhas!)