18/02/2013

Faturas presas

Alfred vê turvo, talvez por estar muito escuro. Verdade seja dita, se estivesse mais claro, a vista seria igualmente turva, aborrecida, monótona. Vê sempre o mesmo. E não é só o que vê que é sempre o mesmo, também o que ouve (sirenes incluídas) é igual de dia para dia. Já o cheiro, esse vai alternando entre mau e péssimo. Os dias são, invariavelmente, iguais. A maior parte do tempo passa-o na sela, de onde sai apenas para ir à biblioteca. Lá, a medo, compra livros, pedindo, sempre sempre sempre, a fatura...talvez para a sua pena de homicídio não ser agravada.

Sem comentários:

Enviar um comentário