05/02/2013

Corpo desconhecido

Dir-me-ão que já devia ter esta consciência há demasiadas primaveras, mas a verdade é outra: não tinha, nem estou certo de que tenha passado a ter. O corpo tem força, certo, e expressa-se essencialmente pelo movimento. A ordem sai do andar superior e vai direta ao músculo, que, por sua vez, é dono do movimento do braço, da perna, de outro membro, ou outra parte qualquer. O chefe lá da loja é o cérebro, quem mexe é o músculo e quem se movimenta são os ossos. Acontece que hoje o chefe não estava na loja e a loja tinha de continuar a funcionar. Eis que os ossos, com ajuda dos músculos, mas sem o patrão - o cérebro - começaram a fazer das suas. Foi assim que Erik deu um estalo no chefe, um beijo na golega e piscou o olho a um desconhecido. Tudo sem qualquer controlo e responsabilidade. E é assim, pois, que continuo como comecei: sem perceber como funciona bem este corpo, o humano. Ou se calhar sei e apenas (aqui apenas talvez seja tudo) me falta a consciência disso mesmo.

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