No meio do trânsito

O trânsito a isso o obriga. Mark está numa fila de carros interminável. Há carros por todo o lado. Parado, sem rádio no carro, completamente sozinho, tem assim tempo para observar. É o que faz: olha para os outros carros: nada de mais, nada de novo. Olha agora para uma oficina. Não esperava encontrar nada de novo mas ao olhar com mais atenção vê um homem debaixo de um carro, normal portanto. Mas não, o homem que está debaixo do carro não é um mecânico, é um homem engravatado. O trânsito continua parado, Mark não controla a sua curiosidade. Com o carro ainda a trabalhar, vai até à oficina - não mais de que uma dúzia de metros - e pergunta ao homem de fato e gravata se é o mecânico. O homem responde: sou sim, com muito prazer. Sempre fui mecânico, toda a vida, mais de 40 anos, mudei apenas a farda: de fato de macaco para fato e gravata. Resultado: mais clientes, daqueles que acham mais importante como me visto do que o facto de lhes arranjar o carro...