29/10/2012

O silêncio

O silêncio é uma arma de pólvora seca, mas que magoa mais do que uma bala. A bala é certeira, não deixa dúvidas. Tem, talvez, o risco do engano: querer acertar em A e acertar em B. Quando o engano acontece, este é rapidamente identificado. Já o silêncio é mais perigoso: depende de terceiros, depende - pior ainda do que depender de terceiros - da sua interpretação. Há os silêncios feitos com um sorriso, e há os silêncios feitos com cara de poucos amigos. Em qualquer dos casos, basta ver as caras e sabemos o significado do silêncio, sabemos o que lhes vai na alma. Mas depois há ainda outros silêncios: aqueles em que não vemos a cara da pessoa. Estes sim, são muito perigosos. O silêncio dói, cria ansiedade, angústia, medo. Será a ausência de resposta, escrita ou falada, sinal de concordância, aceitação, aprovação, ou, pelo contrário, sinal de repúdio? Cuidado com os silêncios, diz Erik à sua consciência.

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