08/10/2012

A meta

Está a apenas um quilometro da meta, ou deveremos dizer que ainda falta um quilometro. Vemos o seu rosto, a sua expressão de desgaste, de quem não pode mais, sinal de cansaço extremo. Estamos agora tão perto que ouvimos a sua respiração. Acelerada é pouco, está muito mais do que isso, está no máximo, está já - isto achamos nós, ninguém nos disse, ninguém provou - para além do seu limite.

Está a apenas um quilometro da meta, ou deveremos dizer que ainda falta um quilometro. Está exausto, a sua cabeça já mal funciona. Ou pensa de uma forma ou de outra. Não tem tempo para escolher. Num momento como este, apenas o pensamento automático, o que está enraizado, apenas esse é permitido.

Chegou ao fim, passou agora a meta, os 42 km. Perguntam-lhe como aguentou, principalmente este último km onde cambaleou todo o tempo. Explica, enquanto recupera o fôlego: estava apenas a um quilometro da meta. A maior parte do esforço estava feito, não faltava praticamente nada.

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