O open space é amplo, janelas a norte, muita luz. Tudo é branco, cheira a limpo. O espaço fica assim definido. O tempo, fácil, presente de 2012. O tema, vamos ao tema, aliás, lá chegará sozinho.
Cada empregado tem os olhos no ecrã. O chefe entra, senta-se ao lado de um. Tenta dizer algo, tem um sorriso enorme. O chefe nem o deixa começar. Faz antes perguntas, várias, muitas, intermináveis, sempre no controlo, com poder. Quando se sente satisfeito passa para outro empregado. O primeiro tenta ainda dizer algo, mas o chefe levanta a mão, palma virada para o empregado em sinal de stop.
A cena repete-se várias vezes, as necessárias para que o chefe fique satisfeito, o que parece ter acontecido. Dirige-se agora para o seu gabinete, convencido de que sabe tudo, pelo menos tudo o que é relevante saber. Só não sabe o mais importante; era bom que soubesse ouvir...
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