16/07/2012

Elefante

É meu, só meu, não partilho com ninguém! Aliás, até posso partilhar, mas quem decide com quem sou eu, eu e mais ninguém! Desde que cheguei aqui que está comigo, todos desconfiam, mas não me perguntam e eu também não faço questão de lhes falar dele. A verdade, essa é que eu até o escondo. A 2.ª verdade é que eles desconfiam que o tenho e também escondem, ou melhor, fingem - é isso: fingem que não sabem que eu tenho um elefante. Perguntam-me como posso ter um elefante, animal grande por natureza, e conseguir, ao mesmo tempo, escondê-lo! Bom, eu explico, principalmente para aqueles que não conseguem alcançar o poder das palavras, o seu sentido mais profundo, não o simplório. É que elefante, nesta história, a minha, não é propriamente um animal como o da imagem, mas antes algo que, tal como o elefante, não me permite andar, algo que de tão pesado que é me faz ficar preso, impedido de avançar, incapaz de me focar nas coisas que realmente interessam, com medo. Quais são as coisas? Aqueles que, dadas as circunstâncias, me interessam. Admito: noutras circunstâncias as coisas que me interessam podem ser completamente diferentes, podem, até, ser as mesmas a que neste momento chamo de elefante; é que elefantes são coisas, aspectos - chamem o que lhes quiserem - que não nos deixam avançar, mas das quais ninguém fala e, quando fala, é para o lado, nunca para as pessoas certas!!

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