Dura, a cadeira

Sentada numa cadeira dura, a mulher lê em voz alta. É o seu trabalho, por isso não se pode queixar da cadeira dura. Lê o dia todo; quando chega ao fim da história recomeça novamente. As pessoas passam, param por breves instantes, os suficientes para a mulher chegar ao fim da história. Depois, sem dizer nada à mulher, comentam: que grande história, muito boa. Comentam entre eles, mas à mulher nada dizem. Essa sorri, dia após dia sorri. Consegue, mesmo na dura cadeira, viver a história de uma nova forma...