A rapariga brinca com a poça que está no meio da rua. Não há, aparentemente, perigo. A rua é pouco
movimentada, é provável que nenhum carro por ali passe. A mãe, sentada numa
cadeira de verga pequena, tão pequena que tem os joelhos na boca, observa a
filha. Parada, vai observando, sempre devagar, tão devagar que que apenas agora
vê que a poça com que a filha brinca é de cor avermelhada. Passa-lhe agora
pela cabeça que aquele vermelho todo pode ter a ver, pelo menos alguma coisa,
com o sangue que a vítima do dia anterior ali terá deixado. Levanta-se e dá um
estalo na criança.
Que irresponsabilidade – a da criança!
Que irresponsabilidade – a da criança!
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