A mulher sempre ali esteve.
Talvez não tenha sido sempre esta, mas pelo menos era outra a fazer desta. As
pessoas – centenas, milhares, não milhões, mas mesmo assim muitas – passam, são
até capazes de esbarrar nela, sem, no entanto, a verem. A cena repete-se, dia
após dia, com esta, com aquela, com todas as pessoas. Pessoas bem-educadas, mal-educadas, com muito e pouco dinheiro, com estatuto e sem ele; a cena acontece
com todos. A mulher continua, como se a invisibilidade lhe desse até mais
condições para fazer o seu trabalho.
Agora, mesmo neste momento, dirigi-me a ela e disse-lhe: obrigado por levantar o meu tabuleiro. A senhora, desconcertada, olhou para mim sem saber o que dizer. Não precisava dizer nada, a culpa é nossa, não dela.
Agora, mesmo neste momento, dirigi-me a ela e disse-lhe: obrigado por levantar o meu tabuleiro. A senhora, desconcertada, olhou para mim sem saber o que dizer. Não precisava dizer nada, a culpa é nossa, não dela.
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